sábado, setembro 25, 2004

EU... E VOCÊS...

Às vezes a vida surpreende-nos, quando tudo parece que vai ruir à nossa volta, aparece um amigo que se emociona, com a nossa capacidade de sentir (leia-se amar). Nós os homens temos a capacidade de mimetismo, de fazer das nossas fraquezas forças. Só que quando nos cai a máscara e descobre-se que as forças afinal são fraquezas, só nos resta a esperança que a fraqueza dos outros sejam as nossas forças.

Sabem, nem sempre fui firme nas minhas decisões.
Sempre valorizei mais a comodidade...
E nunca consegui realizar um sonho...
Isso faz-me sentir completamente desiludido...
E agora que o sonho, quase se tornou realidade, foi-se embora...
Mais uma vez, por falta de decisão...
Por falta de coragem...
Por comodidade...
Para não desiludir, a coisa mais importante que realizei na vida OS AMIGOS.
Anulei-me completamente, para manter uma certa esperança que OS AMIGOS, um dia venham a perceber, que troquei tudo, em abono da sua felicidade.
Isto não é fácil de entender, é irreal, nesta época, já ninguém, pensa assim...
Só um louco (como eu), pode abandonar a sua felicidade em troca da felicidade de outro.
Talvez comecem agora, a perceber, como me sinto...
Porque vocês funcionavam como uma BÓIA DE SALVAÇÃO.
Porque o vosso sorriso era como um SOL RADIOSO.
Porque a vossa presença funcionava como um BÁLSAMO.
Os vossos carinhos eram MÚSICA.
Eram a minha ENERGIA...

E AGORA?

Agora?

Fugiu-me a BÓIA...
O SOL apagou-se...
A MÚSICA tornou-se em silêncio...
E a ENERGIA esgotou-se...

Ultimamente, já só escrevo coisas bonitas...
Mas as coisas bonitas, só saem quando, estamos muito bem connosco ou então quando não conseguimos silenciar o nosso coração...

Acontece que estou na fase de recessão, isto é, de ressaca.
E quando assim é, recuso-me a sonhar e o coração nada tem para dizer.
Estou na fase de recarregar as BATERIAS, de voltar a começar, necessito de um rumo. Isso só o tempo me poderá ajudar, não adianta, pensar que é tudo muito fácil, que basta fazer as pessoas que me rodeiam felizes ou pelo menos que tenham a vida mais facilitada.
Sei que a única coisa possível, neste momento, é realmente deixar correr as coisas, pensar que a maior parte das vezes, quer queiram quer não, dificilmente se esquecerão de mim, seja em que momento for. Sei que quando estiverem aflitos vão sempre pensar “... aí se o PEDRO aqui estivesse”...
Vocês estão para além da vossa e da minha vontade...

A partir de agora, passei a valorizar sempre as más experiências...
Só que quando vêm são sempre arrasadoras e necessito de muito tempo para me lembrar das boas...
E nestas alturas até parece que estrago tudo em que toco...
Mas com mais ou menos dificuldade, lá aparece uma coisa boa, que é sempre melhor que a MÁ...

Aquilo que vos disse ontem, hoje e amanhã..., ficará para sempre guardado na minha memória..., porque a vida é feita de actos e vontades...
Lamento alguns actos, prezo muito as vontades...
Desprezo alguns...
Solicitarei a vontade...

A amizade é para os bons e maus momentos...
Porquê terem mentido?
Já vos neguei algo?
Já vos escondi algo?
Já vos fiz algo?
NÃO, mas no entanto não mereci a vossa confiança... apenas a desconfiança...

O afastamento, esporádico, não poderá ser uma batalha defendida por vós...
Pois os movimentos são destruídos pelos sentimentos...
E na encruzilhada em que se encontram, apenas vos posso dizer, para seguirem o caminho que indica a ponderação...
O que disse em relação a mim traduz-se por isto:

“ESTOU ESTUPEFACTO COM A ESTUPIPEZ E HUMANA...
A CRUELDADE FAZ-NOS SER RACIONAIS, QUANDO, DEVÍAMOS SER EMOCIONAIS, PORQUE ASSIM... É MAIS FACÍL” .

PS – Por favor não tornem aquilo que nós tivemos por apenas “mais umas pessoas, que nos passaram na vida...”, tornem aquilo que nós desfrutamos, como um “DOM”, o de termos sido provavelmente o melhor que apareceu na vida “uns-dos-outros”.
E se assim não o foi peço DESCULPA, que não poderá ser evitada..., mas sim por mim sentida...
E a amizade exige sempre 2 grandes pressupostos o de dar e receber.
Muito dei...
Não falo de bens materiais, falo de outros... os transcendentais...
Eu disse que não dava muita importância às pequenas coisas...
Menti!
Não dou é importância nenhuma!



Pedro Nogueira
15 de Março de 2002


(Para os meu AMIGOS)
António
Celeste
Sandra

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