quinta-feira, outubro 28, 2004

O CARRO...

Eu tenho um carro.
Ter um carro é do melhor.
Os carros são nossos amigos.
Os carros permitem-nos percorrer distâncias longas em pouco tempo e sem esforço.
Os carros andam a combustível.
Um carro não passa de um carro.
Um carro à maneira é um carro.
Um carro é como um carro.
Por vezes torna-se caro andar de carro.
Há milhares de carros diferentes.
Há carros grandes.
Também os há pequenos.
Há-os redondos e há-os quadrados.
Um carro não passa de um utilitário.
Um carro não define a pessoa que o conduz.
Um carro é apenas um carro.
Um carro não nos faz ser alguém.
Ter um carro é um privilégio de poucos.
Andar de carro um privilégio de muitos.
Ter um carro caro é um privilégio de poucos.
Não ter carro é um privilégio de muitos.
O privilégio todos temos quer tenhamos carro ou não.
Dinheiro para combustível é que por vezes não.
Torna-se caro sustentar um carro.
Um carro tunning não passa de um carro.
Um carro que ande mais depressa também não passa de um carro.
Um carro de marca não passa de um carro.
Todos os carros têm marca.
As marcas têm prestígio.
As cuecas por vezes têm marcas.
As cuecas também têm prestígio.
O meu carro anda devagar.
O teu carro anda mais que o meu.
Eu tenho as cuecas sem marcas.
E tenho prestígio nas cuecas.

segunda-feira, outubro 25, 2004

ALENTEJO...

Que saudades do Alentejo, de alguns amigos,
de algumas canções,
de poder decidir, de rir com a cabeça inclinada pra trás,
de ter segredos,
de ter coragem desmedida, de dormir tranquilamente,
de bater a porta, de "partir a loiça toda",
de ter sentido de humor, de ser especial,
de ter planos ambiciosos, de nada temer,
de acordar e fazer acontecer.

Que SAUDADES...

domingo, outubro 24, 2004

A Barbie...

Toda a gente conhece a boneca mais famosa do mundo, a louríssima Barbie.Mesmo já tendo uns aninhos (bastantes) continua com uma pele invejável (mais esticada do que a Lili Caneças depois de 5 peelings) e com um corpo formidável (melhor que muitas top-models).Nos tempos modernos porém a barriga da Barbie cresceu e as ancas alargaram um pouco, não pela idade ou pela falta de cuidado mas por decisão dos seu "agentes" que acharam que a sua silhueta fina e esbelta influenciava negativamente as jovens, incitando-as para os distúrbios alimentares (há malucos para tudo).
Por mim tudo bem, gosto de uma pequena barriguinha nas mulheres (é sinal de que são bon-vivants) e como qualquer homem gosto de umas ancas bonitas e largas Q.B. (não exageradamente).É certo que o Ken, companheiro da Barbie (ou ex-companheiro conforme alguns boatos que ouvi) também gostaria mas aqui é que surge o problema.Ora o Ken não tem "gaita" (talvez por isso a Barbie o tenha trocado) e a própria Barbie embora tendo as formas e as curvas carece de alguns pormenores, tais como os sintonizadores de rádio peitorais e as entradas ( ou saídas, dependendo) inferiores. Estes pormenores (ou falta deles) criam uma incompatibilidade quando chega à hora do bem-bom.
Visto isto não querem que eu acredite que a Barbie já tenha tido filhos ou será que já existe inseminação artificial para bonecos.
Deixo um slogan que se aplica a este facto :"Com Mattel não dá para mete-lo..."

A infância ainda é o que era...

Na estante, a olhar-me, está um urso de peluche. O meu urso de peluche. Sobreviveu estoicamente à minha infância, sofreu o degredo numa qualquer caixa de memórias e só este ano foi reabilitado. Tomou banho e foi sentar-se na estante, encostado à colecção de "Viagens no Tempo" (é suposto que isto tenha um simbolismo, que ainda não tive tempo de elaborar). Globalmente, está em bom estado. Tem os dois olhos e farto pêlo, o que não é dizer pouco de um bicho com décadas.

Lembro-me apenas de meia dúzia de brinquedos de infância, e penso que não tive muitos mais. Preferia claramente os insectos. Gostava de caçar abelhas com caixas de fósforos, provocar lutas entre formigas, fazer corridas de gafanhotos ou observar os bichos-da-seda comendo as folhas de amoreira.

Quando não tinha insectos, a caixa de costura da minha mãe era um autêntico baú de tesouros escondidos. Os carrinhos de linha de plástico, mais pequenos, competiam com pilhas em provas de velocidade ou distância, enquanto os maiores, de madeira, justificavam um tunning, isto é, um motor feito de uma rodela de borracha, uma de sabão, e um galho. A fita métrica também tinha a sua utilidade (enrolava-a e desenrolava-a vezes sem conta enquanto observava os bichos-da-seda).

Naqueles tempos, os objectos diziam-me "toys R us".

(Há uns tempos, vi uma criança no seu quarto forrado de brinquedos entretido com uma embalagem de desodorizante tipo roll-on vazia. Os objectos ainda falam, desde que deixemos as crianças ouví-los.)

quinta-feira, outubro 21, 2004

Como prever o fim do mundo...

http://ricardoreis.blogspot.com/

Chove torrencialmente. Acabei de chegar a casa, depois de uma pequena viagem de carro, que durou cerca de 10 minutos... Temi pela minha vida (!!!), uma vez que passei em ruas onde as tampas de esgoto, pura e simplesmente, haviam sido projectadas no ar, devido à pressão da água que não foi drenada pelo sistema de esgotos. A própria água saía a uma altura que ultrapassava a altura do meu carro. Não sabia se estava a chegar a casa ou se tinha sido tele-transportado para o que resta do Onda Parque, na Caparica...
Ontem estava um sol demoníaco e hoje choveu muito. Estas alterações climáticas drásticas fazem-me pensar. Pensar sobre se o fim estará próximo... Será que o mundo está com os dias contados?! Será que o mundo vai acabar amanhã? Bom, mesmo que o mundo acabe, não nos devemos preocupar... Saberemos sempre com um dia de antecedência e, assim, teremos tempo para fazer as coisas que sempre pensámos fazer nas últimas horas da nossa vida. Como é que eu sei que vamos saber com um dia de antecedência? Simples!!! Devido aos fusos horários! No Oriente, a esta hora, já é amanhã... Assim, se o mundo acabar, o fenómeno dá-se sempre primeiro, por exemplo, no Japão.
Meus amigos, a minha sapiência não tem limites...

http://ricardoreis.blogspot.com/

quinta-feira, outubro 14, 2004

SER OU NÃO SER...

No imortal terceiro acto 1ªcena, Hamlet hesita entre viver sofrendo os golpes do destino ou dar um fim ao mar de penas, morrer, dormir...

Quando decidi dar mais um passo nesta minha vida pensava eu ter sido um Hamlet que optou pela segunda alternativa.

Na altura escrevi muita coisa... mas enganei-me na forma.

Não é na escrita que a luta se trava, mas na vida, et pour cause.

E eu sou o culpado. Um dos efeitos da minha infeliz decisão foi o de criar a unanimidade fora do círculo de amigos, o que esbate qualquer possibilidade de destrinçar a oposição à minha dupla de grandes amizades Masculinas / Femininas.

Os amigos de ontem concordam rumorejantes uns com os outros, e nem sequer discutem.

Como algumas coisas foram feitas à pressa e sob pressão, as minhas hipóteses são diminutas.

Preocupar-me-ei por isso, apenas em viver.

E assim eu pergunto: que ganhei eu com isto?

Que ganho? A estabilidade emocional? Amizades? Simpatia?

Regresso por isso ao antigamente... E guardo na lembrança este ano de interlúdio...

A menos que...

TO BE OR NOT...

DUREX SED SEX

A Durex ( www.durew.com) levou a cabo o maior estudo até hoje homologado sobre os hábitos sexuais dos habitantes do planeta, tendo entrevistado 350.000 pessoas de ambos os sexos, em 41 países. Os islandeses e restantes nórdicos são quem mais utiliza vibradores e brinquedos sexuais, estando também muito bem colocados no ranking de apaixonados de algemas&vendas. Os espanhóis adoram o spanking: 41% exercem-no regularmente. Neste capítulo os vietnamitas dizem népias: 56% dispensam qualquer artefacto ou técnica especial.. Já os chineses coitados, sofrem do mal de orgasmo: mais de 1 em cada 10 nunca experimentou nenhum. Na frequência do acto sexual os franceses levam a melhor - 137 vezes por ano - os asiáticos são o que menos praticam, desta vez o Vietname cede ( por pouco) o último posto ao Japão: apenas 46 truca-trucas per year. Cada mulher tem em média 7,2 parceiros (as) ao longo da sua vida, cada homem 12,4. A Durex diz-nos ainda que 25% das pessoas estudadas fingem orgasmos. Aposto que são os islandeses.
Olhei para este estudo e confirmei algo do qual já suspeitava: não ligo muito a sexo. Talvez por ter começado, de forma diferente... Frequentemente estou acompanhado por mulheres mais velhas, com a idade desinteressei-me. Não sou particularmente dotado (embora as mulheres me achem atraente), apetece-me frequentemente interromper para ir fazer outras coisas, no Verão está muito calor e no Inverno faz demasiado frio. Um vietnamita ( excepto na idade da iniciação) é o que eu sou.

Medicina "Convencional"...

Há hoje em dia uma corrente de opinião (modas...) entre a malta jovem mais ou menos alternativa que torce o nariz a tomar medicamentos da, por eles denominada, medicina “convencional”. Eu também não morro de amores por comprimidos, mas quando me dói a cabeça não desprezo uma boa aspirina (obrigado Sr. Bayer, pelo ácido acetilsalicílico). Um desses jovens diria: “Eu não gosto muito de tomar comprimidos”. Mas quer dizer, eu não te estou a oferecer ecstasy, é uma aspirina... A minha opinião sincera é: das duas uma, ou essa gente toma os seus medicamentos como todos nós e depois tem esses discursos de falso moralista (“ que bem que prega Frei Tomás...”), ou nunca teve uma dor de cabeça ou de dentes a sério. É que eu já.
E normalmente esses jovens amantes da medicina, por eles designada como “natural”. Portanto o raciocínio parece ser: medicamentos autorizados e controlados pelo Infarmed feitos em laboratórios autorizados e em condições controladas: não. Medicamentos, ou melhor “medicamentos”, feitos a partir de folhas de chá da Índia, bagas da Tailândia, soja, de preferência chinesa (“Ya man, a China...”) ou bosta de elefante enrolada pelo escaravelho dos desertos africanos. Ou tratamentos com agulhas. Isto, sem qualquer controlo pelas entidades oficiais: sim.
Claro, isto parece totalmente lógico. E dizem-me isto enquanto fumam um charro. Fumam charros e dizem-me que não tomam medicamentos porque não gostam de ingerir “substâncias artificiais”. Claro, o haxixe marroquino deve ser 100% natural.
Tudo isto faz todo o sentido..

domingo, outubro 10, 2004

ELA GOSTA DE TI COMO AMIGO

Até hoje pensava que a pior frase que podia ouvir de uma rapariga era:
"Temos que falar...". Mas não! A pior frase de todas é: "Eu também gosto de ti... mas como amigo."

Isto significa que para ela tu és o mais simpático do mundo, aquele que melhor a compreende, o mais dedicado... mas nunca vai sair contigo.

Vai sair com um gajo nojento que apenas quer ir para a cama com ela. Ai sim, quando o outro lhe faça alguma das dele, ela chamar-te-á para te pedir conselhos. É como se fosses a uma entrevista de trabalho e te dissessem:

"Você é a pessoa ideal para o posto, tem o melhor currículo, e o que está melhor preparado... mas não vamos contratá-lo.
Vamos contratar um incompetente.
Só lhe pedimos uma coisa, quando esse gajo fizer asneira, podemos chamá-lo para nos tirar da embrulhada em que ele nos meteu?"

Eu pergunto: o que é que fiz mal? Fomos ao cinema, rimo-nos, passámos horas em cafés... e depois de quantos cafés ficamos amigos de verdade? Depois de cinco? Seis? Com um café menos e tinha ido para a cama com ela!! Para as mulheres, um amigo rege-se pelas mesmas normas de um Tampax: podem ir para a piscina com ele; podem montar a cavalo; dançar..., mas, a única coisa que não podem fazer com ele é ter relações sexuais.

Ainda por cima, bem vistas as coisas... se para uma mulher considerar-te "seu amigo" consiste em arruinar a tua vida sexual, o que fará ela com os inimigos?
A mim parece-me muito bem que sejamos amigos, o que não percebo é porque é que não podemos "ir para a cama como amigos". Eu penso que a amizade entre homens e mulheres não existe, porque se existisse saber-se-ia.
O que acontece é que quando ela te diz que gosta de ti como amigo, para ela significa isso e ponto. Mas para ti não. Para ti quer dizer que se numa noite estão na praia, ela já com uns copos, está lua cheia, os planetas estão alinhados e um meteorito ameaça a Terra... podias muito bem ir para a cama com ela!!
Por isso engoles... Por isso nunca perdes a esperança. Ela sai com o João?
Isso vai acabar. E quando isso acontecer, tu atacas com a técnica de consolador: "Não chores, o João era um chulo. Tu mereces muito melhor, alguém que te compreenda, alguém que esteja no sítio certo quando tu precisas, que seja baixinho, que seja moreno, que não seja muito bonito, que se chame PEDRO...COMO EU!!"

Pelo menos, sendo amigo podes meter nojo para eliminar concorrência. É a técnica da "lagarta nojenta". Quando ela te diz:
* Que simpático é o Paulo não é?
* O Paulo? É muito simpático... só é pena ser um pouco estrábico.
* Ele não é estrábico, o que tem é um olhar muito ternurento.
* Sim, tens razão. No outro dia reparei nisso quando olhava para a Marta.
* Não estava a olhar para a Marta, estava a olhar para mim!
* Vês como é estrábico?
O cúmulo dos cúmulos é o facto dela considerar ter uma relação "super especial" contigo quando pode dormir na mesma cama sem que se passe nada.
COMO É QUE É??!! Então o "super especial" não seria que se passasse algo?!
Um dia depois de uma festa, tu ficas a ajudá-la a limpar, como fazes SEMPRE, e quando acabam ela diz:
* UH! Que tarde. Porque é que não ficas cá a dormir?
* E onde é que durmo?
* Na minha cama.

Aí, até te tremem as pernas. "Esta é a minha noite, alinharam-se os planetas!".
Passados uns minutos, dás-te conta que não são precisamente os planetas que se alinharam, porque ela, como são amigos, com toda a confiança fica em roupa interior e tu, pelo que vês, pensas: "Vou ter que ficar de boxeurs. Com todo o alinhamento de planetas que tenho em cima..." E, assim que te metes na cama, dobras os joelhos para dissimular. Ela mete-se na cama, dá-te uma palmada no rabo e diz-te "Até amanhã". E põe-se a dormir!
"COMO É QUE É??!!

Como é que se pode pôr no ronco tão cedo? E esta fulana não reza nem nada?"

Estás na cama com a rapariga dos teus sonhos. No início nem te atreves a mexer, para não tocar em nada. Sabes que se nesse momento fizessem um concurso, ninguém te podia ganhar: és o gajo mais quente do mundo. E como é longa a noite! Vem-te á cabeça um monte de perguntas:
"Tocar uma mama com o ombro será de mau amigo? E se é a mama que toca em mim?"
Mas depois de muitas horas, já só fazes uma pergunta:

"SEREI REALMENTE UM MANSO?!" Não podes acreditar que estás na mesma cama e não se vai passar nada. Confias que, a qualquer altura, ela vai dar a volta e dizer "Anda lorpa, que já sofreste bastante. Possui-me!" Mas não. Para as mulheres parece que nunca sofremos o suficiente. E como sofres... Porque tens todo o sangue do corpo acumulado no mesmo sítio. Já houve mesmo casos de homens que rebentaram.

Mas ainda não acabou a tua humilhação. Ás 7 da manhã tocam à campainha:
* AH! É o João!
* O João? Mas ele não te tinha deixado?
* Depois conto-te tudo. Estou com pressa. Esqueci-me de te dizer que o João ia trazer o cão. Como vamos à praia eu disse-lhe que ficando contigo o cão não podia estar em melhores mãos. Porque tu és um amigo! UH?!
* Estás com má cara.
* Dormiste bem?

E aí ficas tu com o cão, que esse sim é o melhor amigo do homem.

POEMA DOS AMIGOS

== ISTO NÃO É ESCRITO POR MIM KARPAS ==
== MAS ACHEI IMENSA PIADA... ==
== ==
== POEMA DE VINICIUS DE MORAES ==

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.

Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objecto dela se divida em outros afectos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.

Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.

Muitos deles estão lendo esta crónica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.

Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.

E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.

Se todos eles morrerem, eu desabo!

Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.

E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.

Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo,
vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os.


(Vinícius de Moraes)

terça-feira, outubro 05, 2004

Os taxistas já não são o que eram!

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Ontem à noite, voltei a andar de táxi. Algo que não fazia há muito tempo. Notei algumas coisas que achei curiosas:

1 - O efeito da globalização: O condutor parecia muçulmano; característica (quase) obrigatória nos yellow cabs de New York.

2 - Não se falou de futebol: E logo ontem que tinha comprado todos os jornais e revistas desportivas, exactamente para poder estar a par da habitual (julgava eu) conversa de taxista.

3 - Os papéis invertem-se: O condutor não sabia onde ficava Chelas. Pior, não sabia onde ficava a Zona J. Tive que lhe dar instruções durante todo o caminho e, no final, deu-me troco em excesso, agradecendo-me o facto de eu ter sido tão prestável com as indicações. Ou seja, EU recebi gorjeta!

Estranho... Muito estranho.

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sábado, outubro 02, 2004

Vamos ao Shopping? (parte 2)

http://ricardoreis.blogspot.com/

Já repararam nos seguranças dos centros comerciais? Aliás, quem é que não reparou?! Características físicas reconhecíveis e inconfundíveis: andar mecânico (tipo zombie), olhar desconfiado, casaco bordeaux ridículo, auricular numa das orelhas e walkie-talkie na mão. Função: zelar pela segurança dos clientes e lojistas.
Têm um código que utilizam nas comunicações que fazem uns com os outros. Trata-se de uma lista de 26 palavras, uma para cada letra do alfabeto. Tudo para eles se resume a iniciais: “Furto” = F = “FOXTROT” (palavra de código); “Loja” = L = “LIMA”; etc. Quando são contratados, é-lhes ensinado este código. Acaba por ser natural que, nos primeiros tempos, tenham alguma dificuldade em entender o que lhes é dito pelos colegas. Há uns dias, assisti a uma cena caricata. Estava num centro comercial e por mim passou um segurança que, pelos vistos, estava a trabalhar há muito pouco tempo. Através do walkie-talkie, foi-lhe transmitida a seguinte mensagem: “FOXTROT. Suspeito no WHISKY CHARLIE. DELTA rápido”. Tradução: “Furto. Suspeito no WC. Detenção rápido”. Mas o novato segurança, ainda inexperiente, tirou uma cábula do bolso e começou à procura dos significados dos códigos:
- Ora bem... Foqueseterote... Ãaaa... F... Ãaaa... AH, AH! FURTO!!!
Entretanto, os pedidos de rápida intervenção sucediam-se no aparelho e o segurança começou a correr, sem no entanto confirmar o significado de todas as palavras em código.
Encontrei-o, uns minutos mais tarde, no quiosque da Delta, a perguntar às pessoas que estavam ao balcão se alguma delas estava a beber whisky de marca “Charlie”...

P.S.: Noto que, para além de homens, há cada vez mais mulheres a trabalhar como segurança. Só um conselho para uma em específico que vi no Vasco da Gama: Experimenta calçar sapatos de sola rasa, em vez dessas botas com cunha altíssima. Vais ver que, em caso de teres necessidade de correr, chegas ao destino um bocadinho mais rápido.

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Feiona

Pois é, há gente que tem sorte por ter amigos e ainda mais por poder ir passar férias com eles.
E foi assim que conheci o Karpas para os outros, Shrunk para mim.
Acabei de chegar e só vejo uma mesa de gente bem disposta a devorar gulosamente animaisinhos viscosos... Serão simpáticos ou vão-me devorar a mim também?
Sinceramente não me lembro da parte de sermos desconhecidos, acho mesmo que 5 min. depois já riamos todos como se nos conhecêssemos há anos e sempre estivéssemos estado juntos naquele cenário paradisíaco de um Monte Alentejo. Esse sentimento prevaleceu, hoje não imagino ser a Leonor sem a Feiona e sem o Shrunk.
Mas a Leonor não é só férias!
Neste momento sou um perigo para a sociedade, uma estudante de enfermagem com estágios experimentais em cobaias bem humanas, das quais tenho mais medo que elas de mim. Além disso pratico ginástica desportiva, um hobbie prioritário em relação a tudo, a maior paixão da minha vida!!!
O resto vai-se conhecendo com tempo e dependendo dos humores ;)

FEIONA...